Resistência antifúngica e variabilidade fenotípica em micoses pulmonares em pacientes críticos com COVID-19

Antifungal resistance and phenotypic variability in pulmonary mycoses in critically ill patients with COVID-19

Resumo

Objetivo: Este estudo analisou o perfil fenotípico e a resistência antifúngica de fungos isolados de infecções pulmonares em pacientes críticos com COVID-19. Materiais e métodos: Foram obtidas informações sobre cepas fúngicas isoladas no Laboratório de Referência Nacional de Micologia (LRNM) de pacientes hospitalizados com COVID-19. Os fungos foram identificados por espectrometria de massas (MALDI-TOF) e técnicas moleculares. Os fenótipos foram classificados e a sensibilidade aos antifúngicos foi avaliada de acordo com os padrões do Clinical & Laboratory Standards Institute (CLSI). Foram testados antifúngicos como anidulafungina, micafungina, caspofungina, voriconazol, fluconazol, itraconazol e anfotericina B. Resultados: Entre as leveduras, Candida albicans foi a espécie predominante (73,5%), seguida por Candida tropicalis (19,3%). Entre os fungos filamentosos, Aspergillus fumigatus foi o mais frequente (78,3%), seguido por Aspergillus terreus (17,4%). A maioria das cepas de Candida albicans foi sensível aos antifúngicos, com um pequeno percentual resistente ao fluconazol. Em Aspergillus fumigatus, o voriconazol foi eficaz em 77,8% dos casos, com algumas cepas classificadas como intermediárias ou resistentes. No geral, as cepas de Candida e Aspergillus apresentaram sensibilidade às equinocandinas e azóis, com resistência mínima. A variabilidade nas concentrações mínimas inibitórias entre espécies foi refletida nos dados obtidos. Conclusões: Candida albicans e Aspergillus fumigatus foram os fungos predominantes, com sensibilidade geral às equinocandinas e azóis. No entanto, algumas cepas resistentes foram identificadas, especialmente ao fluconazol e voriconazol. Esses achados destacam a importância de um diagnóstico preciso e de um manejo terapêutico adequado em infecções fúngicas, enfatizando a necessidade de personalizar os tratamentos de acordo com a espécie e seu perfil de sensibilidade.